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Scot Consultoria

O tsunami monetário


Terça-feira, 13 de março de 2012 - 18h40

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Por Rodrigo Constantino O Banco Central reduziu a taxa Selic para 9,75% na última reunião do Copom, e o mercado já projeta uma queda até 8,5%. O governo Dilma avisa que conta com um “arsenal infinito” de medidas para impedir a apreciação do real e proteger a indústria nacional do “tsunami monetário”. Enquanto isso, os dados do crescimento econômico de 2011 ficaram abaixo do esperado, sendo que o consumo ajudou a segurar uma desaceleração ainda maior. Eis, de forma muito resumida, o cenário atual: os países desenvolvidos, administrando o crash de crédito após o estouro da bolha, tentam reflacionar seus ativos com forte expansão monetária. A taxa de juros negativa em termos reais nesses países faz com que os investidores corram para países emergentes, para arbitrar juros. As moedas desses países se valorizam, beneficiando os consumidores, mas machucando os produtores industriais. A avalanche de divisas cria um ambiente propício à expansão de crédito, ameaçando o controle inflacionário. Durante o processo, os cidadãos em geral e a classe média em particular se sentem mais ricos. Um apartamento no Recreio passa a valer a mesma coisa que um apartamento em Miami, perto da praia, se calculado por metro quadrado em dólares. Os governantes colhem os louros da bonança, mas os fundamentos são frágeis. E como não é possível agradar a todos, medidas paliativas são adotadas para acalmar os industriais em pânico. A escalada protecionista tem início, fechando mais o país. O BNDES segue distribuindo bilhões por ano, com taxas subsidiadas, para aliviar o sofrimento dos grandes grupos nacionais. As únicas medidas efetivas para blindar o país contra uma bolha artificial seriam reformas estruturais que reduzissem o custo Brasil. Elevar a produtividade da indústria, reduzir a carga tributária, flexibilizar as leis trabalhistas, aliviar a burocracia asfixiante, acelerar a justiça, sinalizar o estancamento do rombo previdenciário à frente, cortar gastos públicos e investir em infraestrutura, etc. Sabemos que o governo não vai fazer nada disso. Resta, então, apelar para a retórica e tomar medidas pontuais, que nada resolvem. Enquanto isso, o real segue apreciando com a entrada de dólares, o crédito continua “bombando”, com o estímulo do próprio governo, e os consumidores ficam felizes com a aparência de maior riqueza repentina. Os produtores recebem alguns afagos (protecionismo e subsídios) para sobreviver. Mas o crescimento é cada vez mais frágil, e o risco inflacionário cada vez maior. A espuma cresce, podendo se tornar uma bolha. O problema é que bolhas inexoravelmente estouram algum dia.
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